segunda-feira, 29 de outubro de 2012

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A história do pequeno herói - Capítulo 4

Capítulo 4 – Revelações 

Quantas horas passou desacordado? Ele não sabia. Algumas vezes, quando acordava, logo acabava dormindo novamente, vez ou outra lhe davam comida, mas poderia haver algo nela que o fizesse dormir. O lugar era confortável, havia um tapete branco e a cama em que estava deitado era muito macia para um prisioneiro. Não tinha correntes, mas dois Gnorbus estavam do lado de fora, com armas em suas mãos. Sua comida era trazida por uma Cybunny, que tinha duas cicatrizes na bochecha esquerda e uma parte da orelha enfaixada.
A Cybunny não trocava se quer uma palavra com ele, mas em um determinado momento o que ela lhe trouxe não foi pão e água, mas um Skeith. A coelha puxou Foxon pelo braço, jogando-o em uma cadeira. O Skeith amarelo puxou outra, era de metal, pesada, mas com toda a sua força, Foxon ficou imaginando ser segurado por ele. Ficaram ali,em silencio, durante alguns minutos, imóveis. Os olhos negros pareciam percorrer todo o corpo do Kyrii, ele os fixava, parecia analisar tudo. Pegou um pouco de água e bebeu, jogou o copo no chão, balançou um pouco as asas e arrastou a cadeira para a frente, foi então que começou:
- Você invade meu território, então me deve explicações. Mas antes de mais nada, acho que você não pertence a nenhuma das partes da aliança. Devo perguntar, amigo ou inimigo? – Falava de forma lenta, coisa que deixava Foxon nervoso.
Calado, ele tentava desviar o olhar, mas a Cybunny pegava me seu queixo, obrigando-o a olhar diretamente para o Skeith.
-Não deve mesmo saber o que está acontecendo por aqui – continuou – portanto vou explicar... afinal, se você não se aliar a nós, será tratado como inimigo e não poderá sair daqui sem trabalhar muito.
Foxon ficou com medo. Talvez eles o fizessem de escravo ali, ou talvez o jogassem no rio. Todos os momentos em sua casa começaram a passar por sua cabeça, momentos tristes e felizes, mas ele queria encarar aquilo e enfrentar o que viesse.
- O rei Hagan deixou uma família morta de fome e sem terras, então ela decidiu invadir a terra de outra família, a terra dos meus avôs. Nos tivemos uma batalha longa, muitos homens de ambas famílias ficaram feridos e algumas das minhas terras, localizadas mais a oeste daqui, foram totalmente dizimadas. As crianças ficaram bem, não queríamos envolve-las e após, semanas de batalhas, com todas as unidades fracas, decidimos dar uma trégua, mas quando voltamos tínhamos força total e muitas coisas novas, porém antes mesmo de recomeçarmos tivemos uma reunião de lideres. Foi então que, após horas de conversa calorosa, percebemos que o verdadeiro culpado pela nossa desgraça é o rei.
- O rei? – Foxon interrompia.
- Não fale quando o comandante estiver contando algo! – A Cybunny bateu a mão em uma das mesas.
- Agradeço, mas não é para tanto. Sim, sim, o rei é o culpado. Se ele tivesse aberto um espaço para nós no reino dele. Se o rei tivesse tirado um pouco do seu grande castelo, se ele tivesse ao menos pedido para nos enviar ajuda, mas ele não fez nada – Foxon nesse momento tentou interromper, mas o Skeith colocou a mão em sua frente, impedindo-o – não me interrompa novamente, por favor. Sou gentil, mas não gosto de ser interrompido, não várias vezes. Com nossa conclusão, reunimos todos os soldados e chamamos mais alguns, formando assim um grande exército, capaz de combater tudo, inclusive o exército real. Chamamos magos e temos o suficiente para dominar toda Brightvale!
- O rei me mandou aqui – Foxon enfim começou a falar – para parar a briga de vocês.
- O rei? Então é um inimigo! Eu não posso perdoar um inimigo. – Nervoso, jogou a cadeira longe, batendo fortemente contra a parede. – Cybunny, pegue ele e faça ele contar tudo o que sabe, use todos os métodos possíveis!
O sangue ficou mais quente e sua pulsação aumentou, o coração batia acelerado e a única atitude que poderia tomar naquele momento era correr, então, pondo a mão por entre os cabelos azuis, achou a mochila que ali escondia, retirou a espada e saiu correndo, desviou da Cybunny,apesar de ter sentido uma pequena pancada no braço. Passou por baixo das pernas do Skeith e cortou a corda que sustentava a barraca, derrubando-a sobre eles. Corria por entre os Lupes e Nimmos, derrubando vasos e tudo que havia pela frente, tentava desviar de árvores e armas, tropeçava e ninguém entendia o raio azul que por ali passava, até que alguém, no meio da barra, gritou:
-Peguem-no! É um espião de Hagan!
Foi então que a correria começou, todos pegavam suas armas e atiravam, Foxon tentava desviar, mas algumas flechas e raios ainda o atingiam de raspão. Um Lupe corria mais rápido que ele e girando agarrou sua perna, ele bateu com a mochila nele e o Lupe, achando que fosse seu braço, a mordeu, mas soltou logo em seguida, quando percebeu que não passa que um pano sujo.
A floresta estava logo a frente e atrás Neopets cada vez mais velozes, que por um instante pararam e começaram a observar a Cybunny que havia saído da barraca totalmente suja mexendo em alguns gravetos. Foxon não olhava para trás, apenas corria, como se sua vida dependesse daqui, o que em parte era verdade. Começou a ficar cansado, mas não parou, apenas diminuiu um pouco o ritmo. Chegando em uma parte da floresta, sem trilha e com árvores enormes, olhou para trás, com medo do que poderia ver, mas não havia nada.
Sua mochila totalmente sem suprimentos não servia para quase nada e estava parcialmente rasgada. O calor ali dentro começava a aumentar, sentia que algo ruim estava prestes a acontecer, foi então que um clarão vindo da floresta se aproximou. Estava com fôlego, poderia correr novamente, correu então, pulou árvores, quebrou galhos, mas na direção que corria também havia um clarão, talvez do mesmo tamanho do que havia atrás dele.
- Fogo – balbuciou – a floresta está pegando fogo!
O fogo consumia toda a floresta, o vento fazia com que ele engolisse a mata que ali estava e o desespero tomou conta de Foxon. Ele sentiu uma rajada de vento que já havia visto antes, mas não demorou muito até que o fogo consumisse o lugar onde estava.

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